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Alimenta a Mente

Nutre o Corpo & Fortalece o Espírito

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To Glúten or Not To Glúten, Eis é a Questão

Já muito se escreveu sobre esta polémica e o facto é que há estudos cientifícos que defendem ambos os lados. Como eu não sou médica, nem tenho a pretensão de ser, escolho seguir o que me diz não só a minha razão como o meu instinto natural. Ou como diz o meu guru de estimação, Sadhguru "No que se refere ao que comer, não deves perguntar ao teu médico, ao teu guru ou ao teu nutricionista. Deves perguntar ao teu corpo." E tem razão. Corpos há muitos e cada um sabe do seu. Ou devia saber.

 

Ter a capacidade de ouvir o nosso corpo, de captar os sinais que nos envia, é uma arte perdida desde que a Big Pharma (indústria médico-farmacêutica) se estabeleceu e nos tomou como reféns. É óbvio que a evolucão da medicina tem as suas vantagens, especialmente em casos agudos ou que requeiram intervenções cirúrgicas. Mas a verdade inegável é que recorremos, num excesso absurdo, a remendos químicos para cada pequena maleita e deixámos de ouvi-las pelo que elas são: pequenas (ou grandes) chamadas de atenção do nosso sistema imunitário.

 

Cabe a cada um de nós fazer experiências e ver o que funciona connosco. O nosso corpo é o invólucro que nos permite experienciar o mundo e devemos divertir-nos com ele! Por isso não custa nada deixar o glúten, a carne, ou o que for, por um tempo, e realmente escutar o que o corpo nos diz sobre isso. É bom fazê-lo por fases, como uma experiência científica. Porque podemos ou não notar os efeitos inflamatórios que o glúten causava; podemos ou não apercebermo-nos do inchaço que provocava; podemos ou não vir a prevenir doenças futuras; e podemos ou não sentir uma redução ou melhoria profunda das tais maleitas que nos afligem, com especial incidências nas doenças auto-imunes que atingem, hoje em dia, uma grande faixa da população. Mas só saberemos se experimentarmos - é como ganhar o euromilhões, é preciso jogar para se ficar habilitado.

 

A maior crítica que ouço sobre a alimentação sem glúten é que ou se elimina uma categoria de alimentos ou se substitui por outros menos saudáveis. Em primeiro lugar convém deixar claro que o glúten não é nenhuma vitamina nem tem nenhum valor nutricional... não precisamos dele para viver. Por outro lado, tenho que concordar que há a forma correcta e a errada de fazer esta eliminação/substituição. Se trocarmos um pão de trigo integral por uma das mixórdias sem glúten, cheias de farinhas refinadas, que vendem no supermercado rotuladas como "pão" ou "bolo", não iremos sentir grande benefício (excepto se formos celíacos). 

 

Quanto a eliminar toda a categoria de farinhas e massas, embora eu não o faça, mal não faria. Podemos obter as fibras e os nutrientes aí contidos noutros alimentos e há, inclusivamente, quem garanta que sente um pico de energia e vitalidade desde que deixou de consumir cereais. 

 

Há factores relevantes que explicam o porquê do aumento da intolerância ao glúten nos dias que correm, nomeadamente o uso de trigo geneticamente modificado, a refinação cada vez maior das farinhas e a massificação (passo a redundância) do consumo descontrolado de farináceos em todas as refeições e, inclusivamente, em produtos que aparentemente deveriam ser isentos (aconselha-se a leitura de rótulos sempre!!!)

 

A minha experiência com a alimentação sem glúten já dura há dois anos e meio e só tenho coisas positivas a dizer. Abriu-me os horizontes a um mundo de alimentos de que nunca tinha ouvido falar como quinoa, millet, sorgo, trigo-sarraceno (não contém trigo!), etc, esses sim com muitos benefícios nutricionais; fez-me deixar de consumir produtos industrializados e de pastelaria que não acrescentavam nada à minha saúde; melhorou a minha digestão e inchaço abdominal (durante estes anos fiz algumas experiências de voltar a consumir glúten e os problemas voltavam imediatamente) - ou seja, obrigou-me a sair da casca e a expandir-me não só a nível alimentar como mental e até espiritual - dá-nos uma certa humildade pensar que andámos a perder todo um universo de sabores e experiências por preconceito do que é "diferente". 

 

Como único ponto contra, existe o "constragimento social" que pode causar: porque não podemos ir ao cafézinho comer um pastel de nata nem atirarmo-nos de cabeça ao bolo de aniversário da colega de escritório; mas aí, como em tudo na vida, cabe-nos a nós ter prioridades bem definidas e não nos deixarmos levar pela pressão social ou pelo que "dá jeito". Podemos estar presentes e participar no convívio sem ter que partilhar a comida. Podemos levar os nossos próprios petiscos e até dá-los a conhecer aos outros. É uma questão de encarar tudo como uma oportunidade e não uma privação ou limitação. Porque o corpo é nosso, não vivamos pelas regras dos "outros". Porque seremos nós a viver com os resultados das boas ou más escolhas que fazemos a cada segundo, quer estejamos ou não conscientes disso.

 

Nota: Uma chamada de atenção para o contributo que os fermentos químicos têm nos processos de má digestão. Actualmente já existem algumas boas opções de pães fabricados com farinhas integrais, sem glúten e de levedação natural, à venda em supermercados biológicos ou ervanárias.

 

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